Doismilequinze

largeFeliz ano novo!

Pra falar a verdade nem senti o “feriado de fim de ano” passar. Meu mestrado está tão maluco que trabalhei nos meus courseworks absolutamente todos os dias, incluindo dia de natal , véspera de ano novo e dia primeiro.

Parece triste, mas não é. Quer dizer… Eu gostaría de ter mais descanso, mas essa correria não me deixa desmotivada de jeito nenhum. Só tenho mais dois meses de aula, tá acabando tão rápido… Queria que durasse mais tempo. 🙁

É engraçado pensar que os meses mais comigo mesma da minha vida estão sendo os melhores. Deixa explicar porquê. Quando vim pra cá eu era uma pessoa completamente diferente.

Me mudei cheia de amizades e raízes extremamente destrutivas no Brasil, vim pra cá descrente de que conseguiria ficar bem, pois tenho em mim a persistência de querer consertar tudo o tempo todo. Não gosto de deixar estar e fazia questão de levar meus relacionamentos afetivos do meu jeito, não por maldade, mas porquê acreditava que se eu falasse sobre o que estava acontecendo tudo ficaria resolvido e para trás.

Fui criada assim, em casa nada fica por baixo dos panos. A gente conversa, se ajeita e não guarda rancor. Acho extremamente positivo, pois é raro eu ter birra de alguém, infelizmente quando pego bode carrego ele comigo pro resto da vida.

Mudando pro outro lado do oceano me ensinou a esperar, deixar esfriar, esquecer. Claro que rolou muita obsessão pela internet enquanto tentava armar um plano para “consertar a coisas”. Foi um processo doloroso.

Esses anos no velho continente me ensinaram a ficar só, conseguir assistir algo na televisão, ler um livro, tirar um cochilo e não ser dependente da companhia de ninguém. Quando digo ninguém, eu excluo minha mãe, claro. 😛

the-power-of-introverts-l-09npwaSó que desde Agosto de 2014 essa solidão tem sido mais positiva do que nunca. Eu não conseguia entender essa mudança – Eu que era tão dependente de sair e estar com amigos, ouvi a vida toda que sou extrovertida, que pego energia dos outros e sou faladeira.

Porém, depois de voltar para a terapia no ano passado, descobri que não sou extrovertida.

Foi um choque para mim, abriu minha mente pra muitas coisas que sinto e sou e que não se encaixavam nos traços de uma pessoa extrovertida.

Segundo a análise que fiz, sou introvertida porém comunicativa. É bem confuso para os outros entenderem o meu jeito, é ilógico e complicado. Levaram vinte e sete anos pra eu descobrir e entender de tão complexo que é. hehe

Exatamente por estar me sentindo em paz durante esse tempo, repensei toda a minha vida e objetivos, e estou tentando reestruturar meus planos para o futuro.

Um novo ano começou, e finalmente sei quem sou. Dois mil e quinze promete!

 

2 thoughts to “Doismilequinze”

  1. Feliz 2015, Alê! Fico feliz em ver que tu voltou a escrever, pois acompanhava o Nômades e adorava teus posts sobre visto e outras burocracias. (:

    Não consegui não comentar, pois eu me identifico 100% com o tema desse post – quando a gente se muda para longe, é fácil se sentir sozinha e ter problemas com isso. No Brasil tenho muitos amigos incríveis que me fazem falta diariamente, mas aqui aprendi a ser bem mais independente e não acho que isso seja ruim. Aliás, prefiro minha própria companhia a ter que me forçar a socializar quando não quero e com pessoas que não me interessam anyway.

    Também sempre carreguei esse rótulo de super extrovertida e bla bla bla, mas morar fora me fez ver que é bem difícil construir amizades sólidas como as que temos no nosso país de origem. Sempre muitos amigos para beber e sair, poucas pessoas que você considera muito chegadas e que estão a fim de ser amigas de fato. E sei lá, é bom focar na sua vida e seus planos. Não sei se você planeja se mudar de volta um dia, mas tenho certeza que tudo o que a gente passa fora do país conta como um puta aprendizado. Que bom que você enxerga isso também.

    Beijo!

    1. Ahhhh que fofa, obrigada!
      Resolvi abrir um blog sem topicos obrigatórios, sabe? Gosto de escrever o que me dá vontade.

      Fico feliz que outras pessoas se identifiquem com esse sentimento maluco. Não estamos sozinhos. <3

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