E se você não precisasse pensar no dinheiro?

Já pensou o que você faria da vida se não precisasse de dinheiro pra nada? Se a sociedade fosse composta de dar e receber, onde todos teriam direito à tudo, como passaria os seus dias?

Conversando com a minha amiga Tainá que largou o trabalho pra viver uma vida simples por um ano, viajando pela América do Sul (Inclusive você pode ler sobre as aventuras dela aqui.), acabamos falando sobre o mercado publicitário e a vida que muita a gente levava em troca de manter aparências estúpidas.

goforitO meu mestrado representa meu salto para “preciso dar algo de volta para o mundo”, sinto que os meus vinte e sete anos foram muito bem vividos, mas gostaria de fazer algo mais recompensador, algo que me orgulhe e que ajude pessoas de alguma forma.

Sei que parece delírio, idealização, e que não é possível ter tudo isso numa profissão. Sempre vai ter algo “errado”,  não estou buscando pelo ideal, mas pelo equilíbrio da melhor maneira possível.

Quem sabe eu conseguirei atingir meu objetivo de lecionar em universidades e trabalhar com pesquisa e estarei mais próxima do meu ponto de equilíbrio. Vou tentar, se não conseguir não terei a pior sensação do mundo… Arrependimento. 🙂

E você? O que faria da sua vida se dinheiro fosse irrelevante?

 

Doismilequinze

largeFeliz ano novo!

Pra falar a verdade nem senti o “feriado de fim de ano” passar. Meu mestrado está tão maluco que trabalhei nos meus courseworks absolutamente todos os dias, incluindo dia de natal , véspera de ano novo e dia primeiro.

Parece triste, mas não é. Quer dizer… Eu gostaría de ter mais descanso, mas essa correria não me deixa desmotivada de jeito nenhum. Só tenho mais dois meses de aula, tá acabando tão rápido… Queria que durasse mais tempo. 🙁

É engraçado pensar que os meses mais comigo mesma da minha vida estão sendo os melhores. Deixa explicar porquê. Quando vim pra cá eu era uma pessoa completamente diferente.

Me mudei cheia de amizades e raízes extremamente destrutivas no Brasil, vim pra cá descrente de que conseguiria ficar bem, pois tenho em mim a persistência de querer consertar tudo o tempo todo. Não gosto de deixar estar e fazia questão de levar meus relacionamentos afetivos do meu jeito, não por maldade, mas porquê acreditava que se eu falasse sobre o que estava acontecendo tudo ficaria resolvido e para trás.

Fui criada assim, em casa nada fica por baixo dos panos. A gente conversa, se ajeita e não guarda rancor. Acho extremamente positivo, pois é raro eu ter birra de alguém, infelizmente quando pego bode carrego ele comigo pro resto da vida.

Mudando pro outro lado do oceano me ensinou a esperar, deixar esfriar, esquecer. Claro que rolou muita obsessão pela internet enquanto tentava armar um plano para “consertar a coisas”. Foi um processo doloroso.

Esses anos no velho continente me ensinaram a ficar só, conseguir assistir algo na televisão, ler um livro, tirar um cochilo e não ser dependente da companhia de ninguém. Quando digo ninguém, eu excluo minha mãe, claro. 😛

the-power-of-introverts-l-09npwaSó que desde Agosto de 2014 essa solidão tem sido mais positiva do que nunca. Eu não conseguia entender essa mudança – Eu que era tão dependente de sair e estar com amigos, ouvi a vida toda que sou extrovertida, que pego energia dos outros e sou faladeira.

Porém, depois de voltar para a terapia no ano passado, descobri que não sou extrovertida.

Foi um choque para mim, abriu minha mente pra muitas coisas que sinto e sou e que não se encaixavam nos traços de uma pessoa extrovertida.

Segundo a análise que fiz, sou introvertida porém comunicativa. É bem confuso para os outros entenderem o meu jeito, é ilógico e complicado. Levaram vinte e sete anos pra eu descobrir e entender de tão complexo que é. hehe

Exatamente por estar me sentindo em paz durante esse tempo, repensei toda a minha vida e objetivos, e estou tentando reestruturar meus planos para o futuro.

Um novo ano começou, e finalmente sei quem sou. Dois mil e quinze promete!

 

2014, meu melhor ano!

Dois mil e quatorze, somando da sete. Sete é o número da busca pela perfeição. Coincidentemente só me dei conta no último dia do ano.

Ano em que resolvi dar aquele passo que me dava um frio na barriga só de pensar: Largar o emprego e fazer o mestrado.

 

Foi uma decisão difícil, finalmente estava financeiramente confortável, com um ótimo trabalho e casada. Mas há anos meu coração pedia pelo mestrado, tinha certeza do que queria estudar, tinha exatamente o dinheiro necessário para os fees, não tinha aquele extra pra me dar conforto por um ano.

Aqui em Londres estudar é coisa séria, então mestrados ou cursos que são ensinados na parte da noite não são levados muito a sério pelo mercado de trabalho. Não existe escolher o dois, tem que resolver qual a sua prioridade.

A minha é ser feliz!

Foi o ano com menos dinheiro, menos viagens e compras. Mudei pra um apartamento menor, num bairro um pouco pior, abri mão de conforto e de certezas. Dei aulas de inglês, fui modelo de mãos e pés, fiz bicos pra ganhar uma graninha que me permitiu almoçar na universidade e pagar o transporte.

Li mais de 25 livros, 73 papers, muitos scrolls no newsfeed do Facebook e quizes do buzzfeed pra relaxar o cérebro.

Sentei relaxada numa tarde de quarta-feira pra assistir seis capítulos seguidos de The Big Bang Theory, li livros enquanto escrevia meus trabalhos durante o recesso de natal madrugada afora.

Esse ano “trabalhei” por mim, decidi o que precisava aprender sem precisar me preocupar com o que o meu cliente precisa ou o meu chefe espera. Cuidei da minha saúde, não precisei justificar porquê estava no médico na segunda-feira e isso fez com que conseguisse voltar ao meu ponto de equilíbrio mental e físico.

Me decepcionei com algumas pessoas e consegui deixar pra lá, sem remoer nada de ruim. Meu coração e mente estão abertos caso algum dia elas retornem com disposição de reatar laços.

Meditei muitas horas, criei o hábito de diariamente reservar um tempo pra educar minha mente e meu turbilhão de sentimentos e problemas que crio e que habitam minha cabeça há muitos anos, em 2014 decidi que não tem mais espaço pra nada disso em minha mente.

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Revi amigos que tenho em meu coração, tive certeza que fiz alguns amigos pra vida toda no trabalho, fiz novos amigos na universidade. Comecei a criar um núcleo de pessoas próximas, não se compara com o que tenho no Brasil, mas é um começo. 🙂

Senti muita saudade de casa, da família, dos amigos e chorei escondida pelos cantos da casa. Ganhei colo pelo Whatsapp, carinho pelo FaceTime, conversas por mensagens do Facebook, presença pelo Skype.

Meu relacionamento conseguiu subir a ladeira do casamento sem grana, mas com muito amor e cumplicidade. A calma reina nossa casa, nosso espaço tem sorrisos e algumas discussões bobas, mas os pesos mortos que carregávamos e nos atrapalhavam, decidimos ir jogando pelo caminho… Deixar pra trás.

Dois mil e quatorze vai entrar no meu histórico de melhores anos da minha vida. Acabo esse ano me conhecendo mais do que nunca e estou muito feliz com o que tenho.

Muito obrigada amigos, família e meu marido por tudo o que fizeram por mim durante esse ano. Sem vocês eu não seria nada! <3

 

Pode vir dois mil e quinze, traga meus pais e irmã pra perto de mim, meu mestrado, muita calma e equilíbrio pra lidar com tudo o que você me oferecer.

 

Dissertação é coisa séria

No fim do ano passado resolvi parar a vida pra fazer o mestrado que tanto almejava desde 2009.

Fiz muita pesquisa sobre quais universidades e cursos queria aplicar, tempo e dinheiro nas aplicações enormes, entrevistas para processo seletivo e meses esperando minhas cartas de aceitação. Recebi respostas da Imperial, Oxford, City University, Goldsmiths e UCL.

 

A photo posted by Ale Ferreira (@aleferreira) on

Decidi estudar Human-Computer interaction with Ergonomics, um curso filho do departamento de ciências do cérebro e ciências da computação na UCL. Fiz a matrícula e me organizei pra largar o emprego e focar nos estudos.

Confesso que pensei que seria fácil, afinal fiz 4 anos de faculdade no período noturno e trabalhei durante todos os anos que estudei e fechei com 9,5. Já que dessa vez poderia focar, pensei que conseguiria fazer com o pé nas costas.

Nananinanão!

Desde setembro estou ralando pra conseguir acompanhar as aulas, trabalhos em grupo, dissertações e mais de mil páginas de leitura por semana. Ando muito mais ocupada do que quando eu trabalhava, é uma loucura!

Tive a oportunidade de fazer uma dissertação “para treinar” onde a professora dá uma nota só para mostrar como eles avaliam os trabalhos aqui. Bombei! É claro que o desespero bateu forte, mesmo me dedicando horrores minha nota foi péssima.

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Após o baque, comecei aulas específicas sobre dissertação, estilo acadêmico e como escrever mais “pomposo”. Estou tentando ler o máximo de artigos acadêmicos em inglês da minha área para pegar alguns “jargões” específicos da área e tentando usar o Thesaurus sempre que preciso escrever algo.

Além disso, tem um livro que é bem pequenino, ótimo para carregar pra todo lado. Tem me ajudado muito nesse período de escrita intenso. O nome é “The Elements of Style” e fala bastante sobre estilo de escrita, erros comuns cometidos quando se escreve em inglês e muitas dicas que podem ser absorvidas facilmente, sem explicação prolixa, bem direto ao ponto. 🙂

Tenho menos de um mês para fazer oito dissertações, espero que eu consiga entregar e passar em tudo. Vou contando o  progresso aqui. 😉

É isso, beijo!

Alê

Back to basics

Faz muito tempo que não blogo, anos que pensei em voltar com mil projetos, tive ideias e simplesmente abandonei todas.

Não sirvo pra mesmice, não consigo ter um blog sobre “x”, apenas “x” e mais nada. Comecei no blig, tive um zip.net, livejournals, fotolog e todas as redes sociais imagináveis.

Em todas elas sempre gostei de compartilhar um pouco de mim, do que vejo, do que vivo. Gosto de contar histórias, que vivi, que imaginei, que gostaria de ter vivido, que gostaria de ter mudado. Conto essas histórias para a platéia de minhocas que tenho na minha cabeça sem parar, mas nada alivia tanto quando colocar essas histórias “no papel”. Portanto estou recriando meu blog, um blog pessoal, brega, cheio de “eu, eu, eu!”. Minhas visões, sentimentos e experiências estarão aqui.

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Os assuntos serão variados como a vida deve ser, um dia comida, no outro viagem, um pouco de crônica e muita opinião – Mesmo que eu viva mudando de lado à cada cinco minutos.

É isso, espero postar aqui algumas vezes. 🙂

Beijo,

Ale