2014, meu melhor ano!

Dois mil e quatorze, somando da sete. Sete é o número da busca pela perfeição. Coincidentemente só me dei conta no último dia do ano.

Ano em que resolvi dar aquele passo que me dava um frio na barriga só de pensar: Largar o emprego e fazer o mestrado.

 

Foi uma decisão difícil, finalmente estava financeiramente confortável, com um ótimo trabalho e casada. Mas há anos meu coração pedia pelo mestrado, tinha certeza do que queria estudar, tinha exatamente o dinheiro necessário para os fees, não tinha aquele extra pra me dar conforto por um ano.

Aqui em Londres estudar é coisa séria, então mestrados ou cursos que são ensinados na parte da noite não são levados muito a sério pelo mercado de trabalho. Não existe escolher o dois, tem que resolver qual a sua prioridade.

A minha é ser feliz!

Foi o ano com menos dinheiro, menos viagens e compras. Mudei pra um apartamento menor, num bairro um pouco pior, abri mão de conforto e de certezas. Dei aulas de inglês, fui modelo de mãos e pés, fiz bicos pra ganhar uma graninha que me permitiu almoçar na universidade e pagar o transporte.

Li mais de 25 livros, 73 papers, muitos scrolls no newsfeed do Facebook e quizes do buzzfeed pra relaxar o cérebro.

Sentei relaxada numa tarde de quarta-feira pra assistir seis capítulos seguidos de The Big Bang Theory, li livros enquanto escrevia meus trabalhos durante o recesso de natal madrugada afora.

Esse ano “trabalhei” por mim, decidi o que precisava aprender sem precisar me preocupar com o que o meu cliente precisa ou o meu chefe espera. Cuidei da minha saúde, não precisei justificar porquê estava no médico na segunda-feira e isso fez com que conseguisse voltar ao meu ponto de equilíbrio mental e físico.

Me decepcionei com algumas pessoas e consegui deixar pra lá, sem remoer nada de ruim. Meu coração e mente estão abertos caso algum dia elas retornem com disposição de reatar laços.

Meditei muitas horas, criei o hábito de diariamente reservar um tempo pra educar minha mente e meu turbilhão de sentimentos e problemas que crio e que habitam minha cabeça há muitos anos, em 2014 decidi que não tem mais espaço pra nada disso em minha mente.

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Revi amigos que tenho em meu coração, tive certeza que fiz alguns amigos pra vida toda no trabalho, fiz novos amigos na universidade. Comecei a criar um núcleo de pessoas próximas, não se compara com o que tenho no Brasil, mas é um começo. 🙂

Senti muita saudade de casa, da família, dos amigos e chorei escondida pelos cantos da casa. Ganhei colo pelo Whatsapp, carinho pelo FaceTime, conversas por mensagens do Facebook, presença pelo Skype.

Meu relacionamento conseguiu subir a ladeira do casamento sem grana, mas com muito amor e cumplicidade. A calma reina nossa casa, nosso espaço tem sorrisos e algumas discussões bobas, mas os pesos mortos que carregávamos e nos atrapalhavam, decidimos ir jogando pelo caminho… Deixar pra trás.

Dois mil e quatorze vai entrar no meu histórico de melhores anos da minha vida. Acabo esse ano me conhecendo mais do que nunca e estou muito feliz com o que tenho.

Muito obrigada amigos, família e meu marido por tudo o que fizeram por mim durante esse ano. Sem vocês eu não seria nada! <3

 

Pode vir dois mil e quinze, traga meus pais e irmã pra perto de mim, meu mestrado, muita calma e equilíbrio pra lidar com tudo o que você me oferecer.

 

Dissertação é coisa séria

No fim do ano passado resolvi parar a vida pra fazer o mestrado que tanto almejava desde 2009.

Fiz muita pesquisa sobre quais universidades e cursos queria aplicar, tempo e dinheiro nas aplicações enormes, entrevistas para processo seletivo e meses esperando minhas cartas de aceitação. Recebi respostas da Imperial, Oxford, City University, Goldsmiths e UCL.

 

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Decidi estudar Human-Computer interaction with Ergonomics, um curso filho do departamento de ciências do cérebro e ciências da computação na UCL. Fiz a matrícula e me organizei pra largar o emprego e focar nos estudos.

Confesso que pensei que seria fácil, afinal fiz 4 anos de faculdade no período noturno e trabalhei durante todos os anos que estudei e fechei com 9,5. Já que dessa vez poderia focar, pensei que conseguiria fazer com o pé nas costas.

Nananinanão!

Desde setembro estou ralando pra conseguir acompanhar as aulas, trabalhos em grupo, dissertações e mais de mil páginas de leitura por semana. Ando muito mais ocupada do que quando eu trabalhava, é uma loucura!

Tive a oportunidade de fazer uma dissertação “para treinar” onde a professora dá uma nota só para mostrar como eles avaliam os trabalhos aqui. Bombei! É claro que o desespero bateu forte, mesmo me dedicando horrores minha nota foi péssima.

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Após o baque, comecei aulas específicas sobre dissertação, estilo acadêmico e como escrever mais “pomposo”. Estou tentando ler o máximo de artigos acadêmicos em inglês da minha área para pegar alguns “jargões” específicos da área e tentando usar o Thesaurus sempre que preciso escrever algo.

Além disso, tem um livro que é bem pequenino, ótimo para carregar pra todo lado. Tem me ajudado muito nesse período de escrita intenso. O nome é “The Elements of Style” e fala bastante sobre estilo de escrita, erros comuns cometidos quando se escreve em inglês e muitas dicas que podem ser absorvidas facilmente, sem explicação prolixa, bem direto ao ponto. 🙂

Tenho menos de um mês para fazer oito dissertações, espero que eu consiga entregar e passar em tudo. Vou contando o  progresso aqui. 😉

É isso, beijo!

Alê