Autoconhecimento

Chegou um momento que fui obrigada a fazer o exercício do autoconhecimento, 2015 foi o ano que percebi estar presa num relacionamento que determinava como eu deveria agir, reagir e ser. Desde então, foi como se estivesse conhecendo uma pessoa que me desse deja vus, é como se a cada descoberta uma peça se encaixa no quebra-cabeças que me forma. É uma sensação confusa, se surpreender com o que aprendi sobre mim, mas ao mesmo tempo ter a sensação de que sabia o tempo todo, mas fui impedida de ver.

Em 2015 prometi não fazer escolhas até que conseguisse redefinir quem eu sou. Prometi resgatar a minha essência, reencontrar todos os hobbies que perdi de vista, empurrar pra fora o que já gostei um dia e que hoje não me serve mais, e descobrir novos horizontes.

Estou no meio do ano de 2016 e não vejo problema algum em estar cercada de possibilidades, estou usando meu tempo para avaliar cuidadosamente cada uma delas, para poder saber o que quero e o que não quero de uma forma egoísta, pensar somente em mim.

Desde que me conheço por gente, vivo tomando decisões preocupada com “o que o meu amigo vai pensar de mim?”, “será que meu namorado vai gostar de mim se eu escolher isso?”, “deixa eu controlar minha personalidade senão minha cunhada vai pegar raiva do meu jeito escandaloso!”.

2015 foi diferente, optei pelo foda-se, passei a vida ponderando minhas escolhas, fazendo o melhor pra agradar as pessoas que amo ou quero por perto. 27 anos disso e não adiantou nada, nessa história me perdi demais, não recebi o tratamento que merecia, e mais importante do que tudo: não gostei da pessoa que me tornei.

 

Até agora está sendo confuso, consigo contar em uma só mão as pessoas que ficaram ao meu lado. Amigos se foram com 2015, e foi a parte mais difícil do meu ano.

Não foi o divórcio, foram os vários “términos” de amizades que sofri. Alguns términos aconteceram depois de discussões e foram claramente visíveis para ambas partes, outros não foram declarados e confusos. Foi, e está sendo doloroso, mas acredito que tudo acontece por um motivo, então não vou questionar.

Apesar de todas as decepções e da solidão intensa, tudo isso colaborou para que eu mergulhasse na missão do auto conhecimento. Essa é a missão mais importante que a vida jogou no meu caminho, e o resultado dela afetará cada passo que der.

Espero que consiga dar meus próximos passos sem titubear, sem precisar da aprovação constante externa, e que sejam cheios de certeza sobre quem sou e o que quero.